Aula no Asilo

No dia sete do mês de outubro de 2013, nas dependências do asilo Padre Agostinho Klinger, situado na Avenida José Cambraia, n°660 em Ibiá MG, os alunos do 2° ano do Ensino médio, turma: A, da Escola Estadual Doutor Pedro Dias dos Reis, sob orientação e acompanhamento do professor de Filosofia, Weliton Benedito da Costa, fizeram uma visita aos idosos assistentes, com objetivo de conhecê-los, fazer troca de experiências e partilha de vida, resgatando assim, valores que a muito vem sendo excluídos e/ou esquecidos por grande parte da sociedade, frente à ampla correria do  dia-a-dia.   

            Parte considerada da juventude brasileira se encontra sem direção quando a proposta é sairmos da teoria e partirmos para uma ação concreta em relação a assuntos pertinentes à valorização do ser humano, e em especial, da pessoa idosa. Que valor tem o ser humano? Que valor eu o atribuo? Qual o sentido de viver? Existir vale à pena?   

Perguntas como essas, traçam o decorrer de nosso dia a dia. São mil e uma respostas e teorias apresentadas, mas, as mesmas questões continuam em auge, tomando mais e mais espaço em nosso ambiente social.

Pairar sobre respostas e conjecturas existentes, talvez não seja difícil, pois, simplesmente nos aprisionamos em nosso mundo teórico e egocêntrico. Enquanto estamos de olhos fixos no “nosso próprio umbigo”, deixamos de lado várias oportunidades de nos tornarmos pessoas melhores. Melhorias estas, que se dão no contato diário com as pessoas, no diálogo, na vivência em comum, no respeito a opiniões contrárias, na diversidade cultural existente. Mas, ao invés disso, as pessoas vêm se corrompendo cada vez mais, se distanciando do contato “físico” e se perdendo em meio ao mundo tecnocientífico. Infelizmente nos dias atuais é raro de se ver o que chamamos de “valorização do ser”.

Olhamos o relógio não mais para saber que horas são, mas para saber quanto tempo falta. “Faltam dez minutos para aula começar, faltam vinte minutos para o recreio, falta meia hora para chegar em casa”... A situação  se agrava mais e mais. Deixamos de lado a importância do presente e vivemos em função de um “futuro promissor”. Passamos a maioria de nosso tempo sem saber o que fazer, projetamos mil maravilhas e nos perdemos em meio aos nossos sonhos, esquecendo porem, do mais importante, o hoje, o agora, no qual sem eles não chegaríamos a lugar algum. Precisamos urgentemente de uma mudança radical de vida, acreditar em nossos sonhos sem perder de vista o nosso presente que é a base essencial para uma possível realização, é preciso continuar resgatando valores, acreditando em um mundo melhor, sendo pessoas melhores, é preciso sempre nos reinventarmos para possivelmente reinventar um mundo melhor. Portanto, comecemos pelas coisas mais simples de nosso dia-a-dia, é hora de abrir os olhos e reconhecer que todos somos iguais apesar de “nossas indiferenças”, que o mundo é uma teia de relações onde podemos extrair sempre o melhor do melhor e pra isso basta querer, lutar, acreditar, e o mais importante: termos a sabedoria e humildade de enxergar que “o idoso de hoje pode ser você  amanhã”.